Lidar com a autocobrança e a raiva é um desafio comum que muitos enfrentam, mas a psicoterapia oferece ferramentas valiosas para domar essas emoções.

Imagine uma pessoa que constantemente se cobra perfeição em todas as áreas da vida e, quando não atinge seus próprios padrões elevados, sente uma mistura de frustração e raiva consigo mesma. Isso é um exemplo da autocobrança desenfreada que pode ser abordada na terapia.

Um aspecto-chave é a autoconsciência, que envolve reconhecer os momentos em que a autocobrança e a raiva surgem. Ao identificar os gatilhos e padrões subjacentes, a pessoa começa a entender melhor suas emoções. Durante a terapia, essa pessoa pode aprender a aceitar suas emoções em vez de reprimi-las, reconhecendo que é normal sentir raiva ou ser autocrítico às vezes. Isso cria um ambiente seguro para explorar essas emoções.

Outra estratégia é a reestruturação cognitiva, onde se trabalha para identificar e desafiar os pensamentos negativos associados à autocobrança. Por exemplo, a pessoa pode aprender a substituir pensamentos autodepreciativos por afirmações mais realistas e compassivas. Além disso, a terapia ajuda a desenvolver maneiras saudáveis de expressar a raiva, como a comunicação assertiva, evitando agressividade.

Um exemplo concreto de domar a raiva envolve uma pessoa que costuma explodir de raiva em situações de conflito. A terapia a ajudaria a identificar os sinais iniciais de irritação e a aprender técnicas de regulação emocional, como a respiração profunda, para evitar que a raiva atinja níveis intensos. Isso permitiria uma resposta mais calma e construtiva, promovendo a resolução de conflitos de maneira saudável.

Ao longo do processo terapêutico, construir autoestima e autocompaixão também é crucial. Imagine alguém que tende a se criticar severamente quando comete um erro. A terapia trabalharia para mudar essa autocrítica em autocompaixão, incentivando essa pessoa a tratar a si mesma com a mesma gentileza que trataria um amigo. Com práticas de mindfulness e foco no presente, a pessoa pode aprender a reduzir a autocobrança e a raiva, permitindo uma abordagem mais equilibrada e saudável em relação a si mesma e às situações da vida.

Por Osmar Ramos, psicólogo CRP 0322237